Recuperação Produtiva

Curso de Recuperação Produtiva contribui na formação de novas redes colaborativas

16 de outubro de 2023

Capacitação online e gratuita promovida pela SOBRE em parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) discutiu modelos produtivos de SAF, SPS e Silvicultura de Nativas

O Curso de Recuperação Produtiva promovido pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE), em parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), reuniu 74 participantes entre os dias 17 de julho e 15 de agosto de 2023.

A capacitação online e gratuita teve 245 inscritos e foi oferecida pela Iniciativa de Treinamento em Liderança Ambiental (ELTI), da Escola de Meio Ambiente da Universidade de Yale, IPÊ e a SOBRE. Com uma carga horária de 20 horas, o curso online teve duração de quatro semanas, período em que foram promovidas quatro sessões ao vivo.

O objetivo da capacitação foi fornecer aperfeiçoamento técnico a partir de bases científicas e exemplos de sistemas produtivos que podem contribuir com a transformação de paisagens rurais e periurbanas em potenciais Corredores de Biodiversidade.

Nos encontros, foram abordados modelos produtivos de Sistemas Agroflorestais (SAF), Sistemas Silvipastoris (SPS) e Silvicultura de Nativas.

Entre os palestrantes estavam o engenheiro florestal Gilberto Terra, da Sucupira Agroflorestas, e o biólogo Haroldo Borges, do Ipê, que falaram sobre o tema "Como os SAF contribuem para a recuperação de áreas e restauração em escala de paisagem?".

Em outra sessão, o engenheiro agrônomo Caio Rivetti, da Fazenda Gordura, e o médico veterinário Luiz Fernando Laranja, da Kaeté Investimentos, debateram "Motivações e barreiras ao ganho de escala dos SSP no Brasil".
Finalizando a programação, o engenheiro florestal Daniel Piotto, da UFSB, e o administrador Rodrigo Ciriello, da Futuro Florestal, discutiram o tema "Silvicultura de espécies nativas: desafios e potenciais na restauração de paisagens".

O curso contribuiu, ainda, com a formação de novas redes colaborativas a 11 profissionais que representaram instituições com atuação no setor socioambiental regional, dentre elas: a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), o Instituto Federal da Bahia (IFBA), o Instituto Ciclos, a Fazenda Bom Sossego, Araçá Consultoria, Programa Arboretum, Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia, Veracel e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).



Sobre os participantes


Um dos critérios para participar era ser associado da SOBRE do Brasil, ou seja, profissionais atuantes na área de restauração, estudantes, produtores rurais e extensionistas. Também poderiam participar representantes de instituições membros do Fórum Florestal da Bahia (FFBA) ou profissionais representantes de entidades parceiras institucionais do IPÊ.

Entre os participantes, a maioria eram acadêmicos e profissionais de instituições sem fins lucrativos, dos setores privado e governamental. Em menor número, participaram pesquisadores, grupos comunitários e agricultores. A grande maioria dos participantes já concluiu pelo menos uma pós-graduação.

A diversidade de gênero foi outro diferencial da capacitação online, que contou com maior participação feminina.

A maioria dos participantes era do estado de São Paulo, seguindo da Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Distrito Federal. Em menor número, assistiram às aulas profissionais do Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Ceará.

Para Maria Otávia Silva Crepaldi, coordenadora do Programa Brasil IPÊ/Elti/Yale, logo na primeira aula foi possível notar a busca dos profissionais por conhecimento prático para aplicação no campo. “O entendimento de como os sistemas produtivos podem ser mais sustentáveis e contribuir com a restauração florestal em escala de paisagem vem crescendo. Os profissionais estão em busca de informação que viabilize, de fato, colocar as mãos na terra e propor um caminho mais sustentável e rentável para o produtor rural.”

Para a engenheira florestal Daniela Vicente Vera, uma das alunas da capacitação, a proposta do curso oferece um leque de opções para o diálogo entre extensão rural e produtor, sobre a importância de se estabelecer uma nova relação com a floresta nativa, com um viés de retorno econômico, integrando a conservação do solo, dos recursos hídricos e ainda da biodiversidade, através do manejo desta floresta.

“Um novo paradigma da conservação, que inclui anseios e expectativas tanto de restauração quanto de gerar renda com a floresta nativa”, opina a engenheira, que atua em projetos públicos para diagnosticar áreas protegidas e promover a restauração destas áreas na região de São Pedro, Brotas e Torrinha, no interior de São Paulo.



FFBA e DISPERSAR


A região sul da Bahia possui uma diversidade botânica reconhecida como um hotspot de biodiversidade. Os fragmentos florestais remanescentes nesta área fazem parte do Corredor Central da Mata Atlântica, uma iniciativa focada na expansão da conectividade florestal, por meio da restauração de ecossistemas e da promoção de sistemas de produção sustentáveis.

No entanto, a região também enfrenta uma série de desafios socioambientais que impactam tanto a população local quanto o ecossistema. O desmatamento e a perda de biodiversidade resultantes da expansão agrícola convencional, da expansão do setor imobiliário e da exploração madeireira ilegal estão entre os principais desafios. Essas questões não apenas criam tensões sociais, mas também têm efeitos prejudiciais ao meio ambiente.

Desde 2005, o Fórum Florestal da Bahia (FFBA) tem mediado conflitos, promovendo acordos entre a sociedade civil, o setor produtivo e o poder público. Essa plataforma colaborativa tem desempenhado um papel crucial no enfrentamento dos desafios e na promoção de soluções sustentáveis.

O estímulo a melhores práticas na agricultura e ao uso de consórcios agrosilvipastoris estão entre as metas do FFBA até 2023. O Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), como membro do FFBA, contribui com a qualificação profissional de técnicos e gestores envolvidos na elaboração e implementação de projetos socioambientais na região e disponibilizou 15 vagas para a primeira edição do Curso de Recuperação Produtiva.
Alessandra Nasser Caiafa, docente da UFRB e coordenadora do DISPERSAR, destaca que o curso de Restauração Produtiva é o segundo curso acolhido pelo recém-criado DISPERSAR, o Programa de Formação Inicial e Continuada em Restauração de Ecossistemas da SOBRE.

“O DISPERSAR é uma iniciativa da SOBRE que tem o IPÊ como um de seus parceiros. Com o DISPERSAR, a SOBRE objetiva ser um eixo-central para que as oportunidades de capacitação cheguem a quem necessita de uma formação técnica de qualidade em restauração de ecossistemas.”

“Por ser online e totalmente gratuito, o curso de Restauração Produtiva se tornou democrático e acessível. Foi um curso que mesclou conhecimentos teóricos com estudos de caso, o que dialoga com um dos princípios do DISPERSAR, ‘Teoria e Prática’, onde a SOBRE e seus parceiros reconhecem e estimulam fluxos em que teoria e prática sejam constantemente retroalimentadas, para promover uma educação inclusiva, diversa e ativa, que preze pela qualidade do conteúdo”, avalia, citando que a elaboração do curso também coincidiu com a inclusão do IPÊ como parceiro do DISPERSAR.





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